THE LAST OF US CENSURADO NA EUROPA

Tsu  Matsubara

     The Last of Us já vendeu mais de 3,4 milhões de unidades no mundo inteiro. Está disponível no Brasil desde junho e foi muito elogiado pela crítica. Chegou sem cortes. 

     Mas, a violência gráfica do jogo foi censurada na Europa que vai ter versão diferente da americana e da brasileira.

    Para quem não conhece, o game se passa no futuro quando os Estados Unidos enfrenta uma epidemia. Os infectados são executados e o restante da população vive em zonas de quarentena. Curiosidade: o fungo responsável pela doença existe mesmo, mas só afeta insetos. O Cordyceps é mortal e transmitido pelo ar. 

     A estória gira em torno da amizade entre Joel e Ellie que saem pelo país atrás de uma cura e são perseguidos pelo governo americano. 

The Last of Us - Indicação de Faixa Etária

    

     O órgão americano de classificação ESRB (Entertainment Software Rating Board) avaliou The Last of Us como M 17+, ou seja, para maiores de 17 anos. O selo é grande e se encontra no lado esquerdo inferior da capa. Para o Brasil e os Estados Unidos, isso foi suficiente. Já a USK (Unterhalthungssoftware Selbstkontrolle), organização de censura da Alemanha, considerou que as cenas onde aparecem cabeças decepadas e desmembramentos eram excessivamente gráficas no game. O resto da Europa foi na onda, gerando protestos e confusão.

versão européia à esquerda

A Naughty Dog se manifestou a respeito dizendo que o jogo será adaptado para respeitar os regulamentos de cada país. As alterações nas cenas do jogo possivelmente serão aplicadas na versão australiana.

Discutir se a violência em video games incentiva a violência na vida real ganhou mais força depois do caso de Adam Lanza que matou 26 pessoas em Connecticut. Ele era viciado em Call of Duty. Se isso procede ou não, ninguém pode dizer já que ainda não há estudos científicos a respeito. Somente opiniões. 

Interessante observar que há outros jogos mais ou tão violentos quanto The Last of Us, como God of War, Manhunt e Postal que não foram censurados no velho continente. Talvez porque não tiveram a mesma projeção.

Os cortes da versão européia influem na qualidade do jogo? Depende. Pelo aspecto artístico (sim, video games são considerados obras de arte), provavelmente. Por que não aplicar o mesmo argumento de liberdade artística e de expressão, usado por aqueles que foram contra os cortes das cenas de "Paixão de Cristo" de Mel Gibson? Mas, por outro lado, se o excesso de violência é apenas um instrumento de vendas, quem não concordaria que é condenável?

A questão é mais de bom senso. Já vi um menino ganhar The Last of Us no seu aniversário de 10 anos. Assim fica difícil.