Recentemente descobri um site que se chama How Games Saved My Life. Achei interessante e procurei alguém que pudesse dar um depoimento que fizesse parte desse perfil. Por razões de privacidade, o texto abaixo só vem identificado como anônimo.
"COMO O VIDEO GAME MUDOU A MINHA VIDA
Jogar video games é tão criticado ultimamente que até me revolta. Colocar todos os gamers na mesma bacia e jogar fora é coisa de quem nunca pegou num controle na vida. Tem muita gente cuja vida melhorou com o video game e eu sou uma delas.
Até a pouco tempo atrás não tinha notado a influência positiva dos video games na minha vida. Dei conta quando cruzei com um colega do colégio que me disse: Cara! Você nem parece o mesmo daquela época. Tá mais iluminado. Não consegui entender o "iluminado" e fiquei com aquilo na cabeça.
Concluí depois que foi o video game que me "iluminou". Naquela época do colégio, eu era deprimido e solitário. Nunca fui extrovertido, mas acho que ver a minha mãe definhando e depois morrer, me levou ao fundo do poço. Meu pai não soube lidar com a perda e se afundou na bebida. Minha irmã, que tinha 12 anos, entrou em depressão. De repente me vi em uma casa que não tinha nada a ver com aquela que me lembrava.
Ia para escola para não ter que ver meu pai daquele jeito, chorando pelos cantos da casa. Não sabia o que fazer e o que dizer à minha irmã, que passava mais tempo na casa da minha tia (irmã da minha mãe) pelo mesmo motivo que o meu. Quase bombei. Não prestei o vestibular e aí sim, ficava ainda mais isolado. Engordei 10kg, comecei a fumar de tudo e o sacrifício de continuar acordando era maior a cada dia que passava.
Pensei em me matar várias vezes e tentei duas, não vou entrar em detalhes porque é vem ao caso. Foi aí que um tio (irmão do meu pai) me convidou para passar as férias no seu sítio, a 380 km da minha cidade. Fui obrigado pelo meu pai. E foi lá que comecei a jogar Xbox 360 com o meu primo. Não foi amor à primeira vista. Jogos como Call of Duty e GTA não me agradavam, apesar do meu primo achar que descontar a raiva fosse a melhor solução. Foi com Condemned Bloodshot que passei a maior parte do tempo durante aquele mês.
Não sei se me identifiquei com Ethan por ter entrado numa pior ou se a jogabilidade me prendia mais a atenção. Acho que não importa. O fato é que assim que voltei para casa, pedi um console para o meu pai que tinha começado a frequentar o AA.
Nos próximos meses fiz total imersão, zerei Fallout 3, Dead Space e curti muito o Civilization Revolution. Passava pelo menos oito horas por dia na frente da TV, o que preocupou a minha família. Com razão, não tinha o menor interesse em fazer faculdade e pouco me lixava com o que acontecia fora do meu quarto.
Foi participando de comunidades gamers que comecei a me interessar por teorias de conspiração, interpretações de símbolos, o papel da religião e tudo que se relacionava aos jogos. Me livrei do preconceito dos jogos indie e comprei e montei um PC só para jogar. Aprendi de um amigo (que conheci numa comunidade) a fazer jogos. Mas, queria mais e fui fazer um curso de Design de Games.
Hoje trabalho em uma produtora independente. Continuo "viciado" em games. Mas, agora trabalho na criação e desenvolvimento dos cenários e da modelagem. Descobri que muitos dos meus colegas também passaram por uma fase solitária e depressiva e isso me ajudou a ver que pertenço a um grupo. Não ganho muito, mas isso não me desanima. Pelo contrário, aumenta a minha ambição. Quero montar a minha própria produtora.
Minha vida não é perfeita, mas está infinitamente melhor do que antes de começar a jogar. Gosto do que faço, faço o que gosto com responsabilidade e não concordo nem um pouco com essa caça às bruxas que os psicólogos e políticos andam promovendo contra os gamers. Sou exemplo vivo de que tem benefícios sim.
por Anônimo"
Por Tsu Matsubara
Por Tsu Matsubara
Os games não deixaram eu dar trabalho para meu pai e minha mãe,minhas noitadas era no quarto jogando SNES,e meu pai reclamava disso.hj tenho 36 anos casado e pai de duas meninas.
ResponderExcluirTambém joguei muito video game quando criança e continuo jogando. Acho que só dá trabalho quem não tem o bom senso de separar a diversão da obsessão.
ExcluirSó aprendi inglês por causa de videogame. Minha facilidade em decifrar os problemas do dia a dia são fruto de horas jogando Resident Evil, Silent Hill e atualmente The Last of Us.
ResponderExcluirFalei exatamente sobre isso no post Jogar Video Game Ajuda a Aprender Inglês? http://www.lol.etc.br/2014/02/jogar-video-game-ajuda-aprender-ingles.html
ExcluirAcho que o melhor aprendizado começa com o interesse.
O video game trabalha o raciocínio, capacidade de resolver problemas, a lógica, coordenação motora. E acho que trabalha também a questão da violência. Quem sente vontade de "meter a porrada" pode usar os jogos de luta pra fazer isso. É claro que tudo tem que ser moderado. Ficar o dia inteiro ou deixar de comer e estudar pra jogar video game é alienação. Assim como deixar de comer, estudar e trabalhar pra fazer qualquer outra atividade! Tudo sem moderação vira doença.
ResponderExcluirMuito bom o artigo.
Obrigada pelo feedback. Como em qualquer generalização, a minoria faz a fama do resto. Triste, mas verdade.
ResponderExcluirpo mano tambem tive uma fase viciante,.. mais acredito foi fundamental para desenvolver as minhas abilidades de raciocineo.. tanto que hoje nos meus 32 anos sou comprometido com minhas atividades transformando os problemas em soluções.. e nós..
ResponderExcluirEscorreu ate uma lágrima aqui no canto do olho muito bom post
ResponderExcluirDizer que games atrapalham completamente mentira eu passei maus bocados na escola ficava muito nervozo meus pais nunca me deram apoio e a unica coiza q me acalmou dec tornar alguem ruim acredite c quizer era passar boas horas jogando aprendi mt e recomendo posto isso pq realmente foi mt bom pra mim
ResponderExcluir