24 de fev. de 2014

CRIADOR DE BIOSHOCK FECHA PRODUTORA, POR QUE NÃO?




Uma das notícias mais comentadas na semana passada foi o fechamento da Irrational Games, produtora de BioShock. Como assim? O último título (BioShock Infinite) vendeu mais de cinco milhões de cópias e foi considerado um dos melhores jogos de 2013, a empresa tinha 17 anos de reputação, blá, blá, blá. Mas, pensando bem, até que essa decisão faz muito sentido.

Ken Levine, diretor e fundador da Irrational Games


A empresa começou em 1997 com três ex-funcionários da Looking Glass Studio: Jon Chey, Rob Fermier e Ken Levine. A missão deles (como está no site) era a de "construir mundos visualmente únicos e criar personagens singulares". Missão mais do que cumprida com a série e protagonistas memoráveis como Booker e Elizabeth. Agora Levine tem outras aspirações: "minha paixão passou a ser um novo tipo de video game, completamente diferente do que já fizemos".

Há especulações infundadas de que haveria uma questão financeira motivadora, mas uma empresa que investe 200 milhões de dólares em um produto e aumenta o faturamento em 48% (isso só em 2013) está longe disso. Por isso, vamos desconsiderar frases como "Levine está abandonando o navio", "Levine pegou o seu e deu o fora" e outras bobagens.

Levine agitou entrevistas, contatos e oportunidadas para quem perdeu o emprego

Continuando. A enxugada para uma equipe de 15 funcionários faz parte do novo projeto de aproximação com os gamers hardcore, coisa que um jogo AAA não faz. Quando criou System Shock, Levine queria elevar a qualidade da narrativas e dos personagens dos video games colocando em prática sua formação e desejo de se tornar um roteirista. Conseguiu. Agora é tentar criar algo novo com uma equipe pequena formada pelos melhores profissionais. 



Levine vai trabalhar com a Take-Two Interactive mega produtora que tem subsidiárias da marca 2K e Rockstar, o que trouxe a pergunta: Por que não abrir uma independente como fizeram Robert Zubek (Zynga), Thor Alexander (Lucky Puppy Games), e outros? O que você escolheria: independência criativa com um orçamento decente ou independência total com o seu próprio dinheiro? Levine optou pela primeira, criatividade sem a dor de cabeça das questões administrativas e financeiras.




Mas, a questão mais importante é: por que "abandonou" BioShock? Deixando de lado as questões legais, vamos raciocinar. Toda vez que surge um IP de sucesso no mercado, das duas uma: ou os desenvolvedores entregam os pontos e lançam títulos todos os anos (COD), ou aguentam a pressão (dos fãs e dos executivos) e só lançam um quando bolarem algo novo. BioShock se manteve firme e forte e por isso é uma franquia de qualidade com perfil AAA. Mas, até quando?

Foi ou não uma cartada de mestre? Se libertou da maldição  da franquia AAA, vai fazer o que quer com um orçamento grande sem tirar um dólar do bolso, saiu de bem com todo mundo e ainda vai continuar dando a palavra final em BioShock. Bravo!


Por Tsu  Matsubara


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