O que os jogos eletrônicos ganharam com a tecnologia, perderam no desafio. Quem joga há mais de 15 anos sabe disso e lamenta o nível de "dificuldade" que encontram hoje. Os próprios desenvolvedores admitem que regras básicas para o sucesso de um game incluem menos punições e mais ajuda para passar as fases.
O criador de Gears of War, Cliff Bleszinski disse em entrevista que para ganhar um público maior, os video games ficaram mais lineares e mais fáceis, parecendo mais com quick-time-events.
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| Com o P Wing do Mario você passa a fase por cima |
Que o crescimento da indústria é evidente, não há dúvida. Só no ano passado o setor movimentou mais de dois bilhões de dólares só no Brasil. Para isso foi e é preciso atrair aqueles que nunca jogaram ou só o fazem de vez em quando, daí a enorme quantidade de tutoriais, dicas de quais botões usar, vidas infinitas, itens adicionais e por aí vai.
Mas, é possível que jogos modernos de console consigam agradar aqueles que apreciam o desafio dos da década de 90? Segundo Bleszinski, Demon Souls e Dark Souls são um dos poucos que conseguem fazer isso.
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| Conseguiu derrotar o Old Monk de Demons Souls? |
As grandes produtoras tentam, expandindo o mundo, criando missões optativas e níveis de dificuldade e, ironicamente são criticadas por isso para mascarar um jogo fácil. Seja por causa do orçamento baixo ou porque a maioria dos desenvolvedores das produtoras indie veio daquela geração, seus produtos agradam mais aos veteranos. Mesmo assim, para vender são obrigadas a seguir uma série de regras como fala Thais Weller da Joymasher (produtora de Oniken). Uma delas é não punir o jogador com morte por um erro apenas. Aí vem a pergunta: por que não?
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| Mega Man - caiu, morreu Fonte: blog Thais Weller em Gamasutra |
Se pensarmos que ninguém nasce sabendo jogar video game, é lógico dizer que é a prática que faz dele ser divertido. Acontece que atualmente, avançar no jogo não depende necessariamente da experiência do jogador. Bennet Foddy, criador do QWOP (considerado "impossível" para muitos) lamenta que eles protejam os jogadores do sofrimento.
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| Já tentou dar um passo no QWOP? |
Se o novo público faz parte da geração "quero tudo para ontem", não é supresa que seja possível zerar um jogo em dois dias. Para quem vai dizer que é porque tem mais habilidade, é importante não confundir a dificuldade do jogo com a do controle como coloca Michael Abbott no Kotaku em "Os video games estão mais fáceis do que nunca, mas mais difíceis de manusear".
Para os novos jogadores, a morte como punição por uma falha e repetir uma fase é humilhante e frustrante. Se isso acontece, largam o jogo e pegam outro. E hoje isso é bem fácil já que há dezenas de lançamentos todos os meses. Mas, onde está a persistência e, convenhamos, a graça?
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| Battletoads (NES) - difícil de completar até para o hardcore |
Só para ilustrar e não criticar (por isso não tirem a faca ainda), em Battelfied 4 os gráficos e o AI (artificial intelligence) elevaram o conceito de realismo em video games. Mas, o realismo pára aí porque se você toma tiro, basta que aguarde uns segundos para encher a barra de vida. Por que não obrigar o jogador a recuar, ser tratado ou morrer logo na primeira fase? Segundo Antony Wanjal, porque a maioria do público usa o video game como escape dos sofrimentos da realidade.
Sejam quais forem as razões para as mudanças nos mecanismos de punição e ajuda nos jogos, mesmo com o modo hard e o ranking você não vai saber se é "bom" e o que é uma conquista de verdade enquanto não zerar jogos antigos. Quer um desafio? Tente Battletoads, Contra, o primeiro Super Mario Bros. e Mega Man.
Por Tsu Matsubara
Bela matéria, penso exatamente o mesmo, inclusive a parte do controle ser mais complicado e tal. è impossivel não ser nostalgico nesse momento e não lembrar dos arcades também que faziam a alegriA, MESMO SENDO dificil E TENDO QUE pagar A CADA RODADA PERDIDA. ah..e os controles eram simples.
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