5 de mar. de 2014

TRUE DETECTIVE É SOMBRIO, VIOLENTO E UMA DAS MELHORES SÉRIES DE TV DO MOMENTO



É muito raro se deparar com uma série de qualidade hoje em dia. A maioria enfatiza rostos bonitos com enredos previsíveis, piadas batidas e roteiros banais. Não tenho nada contra, muito pelo contrário, gosto de muitas delas porque para relaxar vale tudo, até o ordinário. Mas, de repente chega uma série com bons atores, um roteiro que reconhece sua inteligência e sem usar esteriótipos, e você é lembrado que entretenimento não é sinônimo de imbecilidade. True Detective é uma delas.

Nic Pizzolatto e Cary Fukunaga no set de filmagens

O criador, Nic Pizzolatto, é um romancista e ex-professor de literatura da Universidade de Chicago. Seu primeiro trabalho para a TV foi escrever dois episódios da série The Killing (versão americana) e três anos depois traz True Detective com Matthew McConaughey (que acabou de ganhar o Oscar por Dallas Buyers Club) e Woody Harrelson em nada mais nada menos do que na HBO. Além do elenco, a série conta com a direção de Cary Fukunaga, mais conhecido pelo longa Jane Eyre com Michael Fassbender. 


A morte de Dora Lang desencadeia a investigação que vai durar 17 anos

A estória se passa na terra natal do escritor, Louisiana, na qual os protagonistas são dois detetives tentando resolver assassinatos e desaparecimentos de crianças e mulheres cometidos por membros de um culto ao longo de 17 anos. A narrativa mistura o presente com flashes do passado, revelando aos poucos o que realmente aconteceu. Bem mais sombrio e violento que The Following (Kevin Bacon) que também gira em torno de crimes e cultos, True Detective mostra a lentidão e a minúcia de uma investigação sem os recursos tecnológicos atuais, em um estado americano acostumado com a violência e dominado pela ignorância. 

Os crimes acontecem no meio do nada, sem que a polícia se dê conta

Por envolver profissionais da indústria cinematográfica, não segue a fórmula da maioria das séries. Os personagens têm profundidade e suas ações retratam os vícios da natureza humana sem o tédio do julgamento moral. Os detetives Rust e Marty (McCounaughey e Harrelson) não são parceiros amigos e fiéis e só trabalham juntos para corrigir um erro que cometeram anos antes. Os episódios são capítulos do que parece um romance policial feito para o cinema, bem entrelaçados e como em um bom livro, instigam a curiosidade para que o público continue acompanhando.

A série começa no presente e vai preenchendo as lacunas com cenas do passado. Você quer saber por que não trabalham mais juntos, o que eles estão escondendo dos policiais e por que Rust ficou com mais cabelo e Marty ficou sem?

O que mais me agrada na série é o fato de não presumir que a audiência é burra. Não existem falas ressaltando o óbvio ou informações sendo repetidas milhões de vezes. A violência não está no sangue jorrando e sim em cenas rápidas e sutis que combinadas com as expressões dos atores, fazem jus ao subtítulo "O homem é o mais cruel dos animais".

Nos bastidores do Oscar, McConaughey diz que aceitou produzir e atuar na série porque reconheceu a qualidade já no roteiro dos dois primeiros episódios. Por que não vai continuar? Segundo ele: " A primeira temporada é final" 

Infelizmente McConaughey já anunciou que não participará da segunda temporada. É possível que True Detective só tenha oito episódios porque embora a audiência tenha chegado a 2,6 milhões, não é nada comparada aos 6.4 milhões de Breaking Bad ou 14 milhões de How I Met Your Mother. Mas, ainda assim ou por causa disso, é o melhor que a TV americana tem a oferecer no momento.




Por  Sofia Pietro


1 comentários:

  1. Há muitas séries que eu gosto , mas certamente os de crime e mistério são os meus favoritos. Atualmente eu ver True Detective 2 e estou muito satisfeito, é um excelente projeto que é muito vale a pena ver , enredo e personagens descelnace são excelentes. Eu não me arrependo Veral , espero continuar assim nas suas próximas campanhas .

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