Há algum tempo sites como a Battle.net tentaram, sem sucesso, obrigar os gamers a se identificarem pelo nome verdadeiro. O uso do nickname não é mero capricho e carrega reputação e fama como a de um nome artístico. Porém, é inegável que o anonimato permita a desenfreada corrente de ofensas, conteúdos inapropriados e ilegais que invadem o mundo online. Com a atribuição cada vez maior da responsabilidade jurídica às empresas de serviços online, é inevitável que regras mais rígidas sejam impostas aos usuários. Mas, a obrigatoriedade do nome verdadeiro deveria ser uma delas?
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| O objetivo dos eSportistas não é, e nunca foi, o de se esconderem |
Antes de mais nada é preciso separar aqueles que prezam o anonimato para fazer uso indevido da liberdade daqueles que adotam um nickname para construir um perfil com apelo e relevância na comunidade. Aos primeiros, só resta a infelicidade de sua conduta lamentável e covarde que nunca adotam quando encarados frente a frente. Entretanto são os outros, aqueles que não procuram se esconder, mas criar uma persona com atributos distintos da sua vida pessoal, que acabam sendo prejudicados.
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| Um dos gamers mais respeitados de Dota2 é conhecido como Ferrari_430 |
O uso de nicknames, para eles, tem caráter cutural, como argumentou Andrew Groen em artigo publicado na Polygon. Segundo ele, a comunidade gamer é internacional e pede por uma identificação fácil e pertinente porque o que importa não é a idade, profissão ou nacionalidade e sim a habilidade.
A privacidade é outra questão relevante. O acesso às informações pessoais não deve ser facilitado porque as empresas desejam transferir a responsabilidade aos usuários. A divulgação e a exposição desses dados abriria ainda mais as portas para ofensas e agressões verbais injustificadas. Mais ainda, o anonimato do gamer garante que sua escolha de entretenimento não prejudique sua vida pessoal e profissional.
Antes de obrigar o uso do nome verdadeiro, as empresas devem exercer um controle (por mais limitado que seja) capaz de evitar conteúdos criminosos e inadequados. A abertura de canais de denúncias, bloqueio, registros e identificação do IP pode ser muito eficaz para isso, o que já acontece em algumas redes sociais e serviços como o do PlayStation.
O maior e mais importante controle, porém, ainda está nas mãos dos membros da comunidade. Conteúdos ofensivos não refletem necessariamente a gradual degradação do ser humano e sim, a manifestação de seu pior lado. A despoluição online é cada vez mais evidente, provando que a distância entre os comportamentos no mundo real e no virtual está diminuindo. A maioria dos fóruns, sites e blogs de video games já têm moderadores e mediadores que contribuem para a melhora de seus conteúdos.
Obrigar os gamers a usar nomes verdadeiros é insensível e insensato, da mesma forma que seria se existisse um lei que proibisse a venda de bebida alcoólica para impedir que alguns dirijam embriagados. O bom senso deve vir de todos, dos gamers, na escolha de um nickname que não seja ofensivo, das empresas, de exercer um controle maior sobre o conteúdo e dos membros da comunidade, de marginalizar aqueles cujo objetivo seja o de ofender e agredir.
Por Tsu Matsubara
Por Tsu Matsubara


























O google também tem funcionado assim, a cultura dos nicks esta sendo ameaçada.
ResponderExcluirPois é. satyfa, o nick é uma identidade, o email é um endereço e o IP um comprovante de endereço. Revelar tudo ao público é deixar a carteira aberta no meio da rua.
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